Este artigo tem por objetivo descrever e refletir sobre o projeto intergeracional denominado Speaking Exchange, que ocorre entre idosos dos Estados Unidos e Canadá e alunos, em sua maioria adolescentes, do Brasil. As sessões de conversação em inglês, que ocorrem em uma plataforma especialmente criada para esse fim, foram inicialmente desenhadas para que os alunos tivessem mais oportunidade de praticar a segunda língua que estão aprendendo em uma escola de idiomas.
A expectativa inicial, no entanto, foi superada de forma exponencial, pois, além dos ganhos linguísticos, as janelas de aprendizagem com relação a preconceito, tolerância e questões culturais se abriram de tal forma que fizeram com que o projeto se mantenha em pleno funcionamento há quatro anos e que cada vez mais seja reconhecido, tanto pelos participantes quanto pelos coordenadores das escolas, como um projeto que tem resultados positivos. A intenção aqui é rever as representações de idosos e adolescentes, discutir alguns preconceitos relacionados à terceira idade e à própria juventude, analisar ganhos do projeto e questões linguísticas e afetivas.
O que poderia unir adolescentes brasileiros e idosos americanos e canadenses na faixa dos 80 anos? Qual seria a força motriz de um projeto desenhado para expandir o contato entre alunos que estão aprendendo a Língua Inglesa no Brasil e idosos que residem em centros comunitários nos Estados Unidos e Canadá?
O projeto nasceu tendo como objeto principal as questões linguísticas, ou seja, oferecer mais oportunidades de aprendizagem para os alunos durante o curso avançado realizado em uma franquia de escolas de idiomas. Na elaboração do projeto, delimitou-se o escopo intergeracional, ou seja, esse teria como objetivo aproximar gerações tão diferentes como uma forma de questionar preconceitos. De acordo com Carvalho (2012), passada a fase piloto do projeto percebeu-se que, com o decorrer das sessões de conversação em inglês, gradualmente, as questões afetivas e culturais se sobrepuseram às linguísticas. Os alunos, por exemplo, começaram a questionar seus próprios julgamentos com relação a pessoas idosas. Certas representações como a de que os idosos eram pessoas das quais deveriam ter pena ou que eram pessoas que não tinham nada de muito interessante a dizer foram, em parte, desmistificadas. Os residentes desses centros, por outro lado, tiveram a chance de conhecer mais sobre outra cultura, se ocuparam mais e puderam também aprender com esses jovens. Em várias ocasiões, os adolescentes foram elogiados por sua desenvoltura durante as sessões.
Daniella Azevedo da Fonseca
É professora formada pelo Mackenzie, com MBA em Liderança e Gestão de Pessoas pela FGV. Atuou como professora e coordenadora pedagógica de escolas CNA. Atualmente, é consultora pedagógica no CNA Administração Nacional.
Luciana Locks
Trabalha em escolas de idiomas há mais de 25 anos e apresenta trabalhos em vários eventos internacionais. Na Administração Nacional do CNA, trabalha com formação de professores e gerencia um grupo de consultores pedagógicos da rede CNA e uma série de projetos educacionais.
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