Escola destaque

Técnicas de gestão que influenciam o cotidiano da educação estratégica: tomada de decisão e inteligência emocional como soft-skills-chave.

A educação estratégica voltada para adultos – seja em ambientes corporativos, acadêmicos ou no ensino de idiomas – exige mais do que domínio e técnica. Ela demanda uma atuação consciente, flexível e sensível por parte dos educadores e gestores. Nesse contexto, duas soft skills se destacam como pilares fundamentais: tomada de decisão e inteligência emocional.

Essas competências não apenas orientam ações pedagógicas, mas moldam culturas institucionais mais humanas, ágeis e resilientes. Elas influenciam diretamente a qualidade das interações, a fluidez dos processos de aprendizagem e a capacidade de adaptação frente aos desafios cotidianos.

Tomada de decisão: estratégia aplicada ao cotidiano.

A tomada de decisão está presente em cada escolha feita por educadores e gestores. No ensino de adultos, essa habilidade ganha contornos complexos: é preciso considerar perfis diversos, objetivos profissionais, limitações de tempo e contextos organizacionais.

Para Educadores

  • Escolher entre uma abordagem comunicativa ou técnica no ensino de idiomas.
  • Ajustar o ritmo das aulas conforme o nível de engajamento dos participantes.
  • Decidir quando intervir em conflitos ou quando permitir que o grupo se
    autorregule.
  • Escolher entre seguir o plano de aula ou adaptar a condução conforme o clima
    emocional da turma.
  • Decidir se o erro será corrigido imediatamente ou se será usado como ponto de
    reflexão coletiva.

Essas decisões, embora pareçam pequenas, têm impacto direto na motivação, na autonomia e na retenção do conteúdo por parte dos alunos. O educador que desenvolve essa habilidade com consciência estratégica transforma o ambiente de aprendizagem em um espaço de protagonismo.

Para gestores educacionais

  • Redefinir cronogramas de formação docente diante de mudanças institucionais.
  • Tomar decisões sobre metodologias, plataformas e recursos com base em
    dados e escuta ativa.
  • Delegar responsabilidades de forma estratégica, promovendo autonomia e
    corresponsabilidade.
  • Decidir entre manter uma estrutura tradicional ou propor uma reorganização
    curricular.
  • Escolher entre priorizar resultados imediatos ou investir em processos
    formativos de longo prazo.

A tomada de decisão no papel do gestor educacional exige visão sistêmica, escuta ativa e coragem para lidar com resistências. Quando bem desenvolvida, essa habilidade fortalece a confiança, a clareza de propósito e a capacidade de inovação.

Inteligência emocional: maturidade relacional como diferencial.

A inteligência emocional é a habilidade de reconhecer, compreender e gerenciar emoções – próprias e consequentemente colaborar com as alheias. Em ambientes de educação estratégica, ela é essencial para lidar com pressões, inseguranças, resistências e expectativas.

Para educadores:

  • Acolher erros como parte do processo de aprendizagem.
  • Reconhecer sinais de ansiedade linguística e adaptar a condução das aulas.
  • Criar ambientes seguros para a prática e o desenvolvimento da autonomia.
  • Lidar com alunos que projetam suas frustrações no processo de aprendizagem.
  • Gerenciar a própria frustração diante da falta de engajamento ou da evasão.

A inteligência emocional permite ao educador manter a serenidade, a empatia e a assertividade, mesmo em contextos desafiadores. Ela transforma o ato de ensinar em uma experiência relacional significativa.

Para gestores educacionais:

  • Lidar com tensões em reuniões pedagógicas sem reatividade.
  • Validar sentimentos da equipe docente diante de mudanças ou sobrecargas.
  • Promover uma cultura institucional baseada em respeito, escuta e colaboração.
  • Gerenciar conflitos entre professores com postura mediadora e não autoritária.
  • Reconhecer quando a equipe precisa de apoio emocional e não apenas técnico.

A inteligência emocional no papel do gestor é um fator decisivo para a construção de ambientes saudáveis, colaborativos e produtivos. Ela não é apenas uma habilidade interpessoal – é uma competência gerencial que influencia diretamente a eficácia dos processos formativos e a saúde das relações profissionais.

Técnicas de gestão que potencializam essas soft skills.

Para que a tomada de decisão e a inteligência emocional se manifestem de forma prática, é necessário aplicar técnicas de gestão que favorecem a escuta, a análise e a ação estratégica. Veja algumas delas:

Essas práticas tonam o cotidiano da educação estratégica mais eficaz, humano e alinhado às demandas do mundo contemporâneo.

Educadores e gestores: papéis complementares na transformação.

Ao integrar essas soft skills em suas práticas, educadores e gestores passam a atuar de forma complementar. O educador, ao aplicar tomada de decisão e inteligência emocional em sala, potencializa o aprendizado. O gestor, ao aplicar essas mesmas habilidades na condução da equipe, fortalece a cultura institucional e garante a sustentabilidade dos processos.

Essa sinergia é essencial para que a educação estratégica seja mais do que transmissão de conhecimento – seja um espaço de desenvolvimento humano, profissional e relacional.

Ambos os papéis exigem escuta, flexibilidade e coragem. O educador precisa lidar com a subjetividade do aluno adulto, que carrega histórias, medos e expectativas. O gestor precisa lidar com a complexidade das relações institucionais, com os desafios da liderança e com a responsabilidade de criar ambientes propícios ao florescimento profissional.

Sugestões de leituras para ampliar o olhar sobre a gestão e os relações profissionais.

Para aprofundar essa reflexão e fortalecer as competências de liderança e gestão, seguem três sugestões de leitura que dialogam diretamente com os temas abordado.

1. A mente vencendo o humor – Dennis Greenberger e Christine A. Padesky

Baseado na terapia cognitiva comportamental, este livro oferece ferramentas práticas para lidar com estados emocionais como ansiedade, culpa e baixa autoestima. Ideal para educadores e gestores que desejam desenvolver equilíbrio emocional e promover ambientes mais saudáveis.

2. Gestão de alta performance – Andrew S. Grove

Um guia prático e direto sobre como liderar equipes com foco em resultados. Grove, ex CEO da Intel, compartilha estratégias de gestão que podem ser aplicadas tanto em ambientes corporativos quanto educacionais.

3. Gestor pela primeira vez – Loren B. Belker, Jim McCormick e Gary S. Topchik

Um clássico da liderança para quem está assumindo cargos de gestão. Com linguagem acessível e exemplos práticos, o livro aborda temas como delegação, motivação, comunicação e inteligência emocional.

Danielle SV

Administradora especialista em educação estratégica e gerencial. Editora há mais de uma década.

Recent Posts

Agency, Awareness and Actionin Language Teaching.

In this issue of New Routes, we look at how we, English teachers, are navigating…

3 days ago

Developing AI literacyin primary learners.

Artificial intelligence (AI) is no longer a futuristic dream; it's woven into the fabric of…

6 days ago

What’s new on Chá Pedagógico?

Column readers, are you ready for some awesome news? Our February episode broke a personal…

3 weeks ago

IL FAUT ÊTRE ÉMOTIONNELLEMENTENGAGÉ DANS L’APPRENTISSAGE

Donner leur juste place aux émotions, longtemps dévalorisées et rejetées, leur juste place dans la…

4 weeks ago

Soluções completas para o contexto bilíngue – estudantes, professores e gestão na contratação de novos colaboradores

As demandas crescentes geradas pelos mais diversos modelos de formação escolar de bilíngues têm movimentado…

1 month ago

Adaptando estruturas gerenciais para o ensino remoto: o papel das soft skills na transformação educacional

A transição para o ensino remoto não é apenas uma mudança de plataforma – é…

1 month ago