Professor também é autor, concorda? Afinal, quem nunca teve que sentar e escrever provas, materiais complementares ao livro didático, atividades extras, conteúdo para lousa digital… sem contar as apresentações para os pais e as participações em congressos, que também demandam a criação de slides, pôsteres e afins?
Mas o que a gente não percebe enquanto é professor é que toda essa nossa experiência nos permite ir além da sala de aula. Podemos usar nosso conhecimento acadêmico e a nossa rotina diária em classe para iniciar uma carreira paralela, na autoria de conteúdo didático ou também no trabalho de edição, revisão e preparação de texto.
O ponto é: como chegar lá! O trabalho editorial não tem (ainda) um manual de como se faz para começar. Existem cursos de preparação e revisão, mas são poucas as ofertas de curso para editor de texto. Para autor então, não existe. Mas como fazer então para entender como funciona esse mercado e o que eu, como professor posso fazer?
Você pode começar ouvindo outros profissionais que já trilharam esse caminho. Eu, por exemplo, enquanto estava em sala de aula, escrevi uma história, um reader, que foi publicado em 2004. E só consegui isso porque entrei em contato com uma editora para pedir livros de doação e comecei um relacionamento profissional com as pessoas da casa. Da sala de aula para o trabalho como consultora acadêmica nessa mesma editora foi um pulo.
E depois de alguns meses, já estava eu como editora de texto. O trabalho, fui aprendendo com meus colegas sêniores, que me ensinavam e apoiavam. Mas o mais importante eu já tinha: eu sabia o que funcionava em sala de aula, para aquele perfil de aluno e professor. E assim, eu conseguia discutir com o autor para que o conteúdo estivesse o mais adequado possível para aquele público.
Enquanto se trabalha com edição de texto, a gente vai aprendendo sobre o fluxo editorial, de como aquele arquivo em word acaba virando um livro. Para mim, esse processo foi tão mágico que acabei saindo de sala de aula e me dedicando em tempo integral para a edição de texto. E depois de um tempo, como eu já havia tido uma experiência com autoria, resolvi também me dedicar à criação de conteúdo. Desde que saí de sala de aula já são quase 20 anos entre autoria e edição de texto, em inglês, tanto para editoras nacionais quanto internacionais.
Se você é professor de língua portuguesa, espanhol, francês, alemão ou qualquer outro idioma, saiba que há demanda também para trabalhos de autoria, edição e revisão de texto. Com a possibilidade cada vez maior das empresas oferecerem trabalho remoto, não importa onde você esteja geograficamente: sempre vai aparecer alguma coisa.
O que você precisa é estar conectado às pessoas e empresas certas e ficar de olho nas oportunidades. Elas estão sempre aparecendo nas redes sociais profissionais e claro, quem já está no mercado se conhece e acaba sempre indicando uma pessoa ou outra de confiança.
Importante lembrar que você, como professor, talvez não tenha ainda se dado conta de que as empresas estão todas nas redes sociais profissionais. Então sugiro que você comece assim: criando um perfil na rede e se conectando com as pessoas que trabalham em editoras. São elas que geralmente colocam as oportunidades de trabalho. Siga também as páginas das empresas (editoras) que atuam na sua área, por exemplo, se você é professor de português, conheça os perfis de editoras de didáticos e livros de literatura.
Com a grande demanda por conteúdo digital e cursos online, professores de idiomas têm muitas oportunidades para desenvolver conteúdo. Muitas empresas utilizam suas próprias plataformas, então você não precisa ser um expert em nenhuma plataforma específica. Você só precisa saber que existe uma demanda para criação de material e pedir por um treinamento, caso você seja escolhido para desenvolver o conteúdo. Lembre-se que o mais importante você já tem: sua experiência didática! Então por que não aproveitar isso tudo e embarcar em uma nova jornada?
Procure por cursos e pessoas que possam te ajudar a começar uma carreira na área editorial. Tem muita gente por aí disposta a auxiliar e treinar novos profissionais para o mercado. E sim, tem demanda para muito mais gente! O mercado editorial é imenso, a gente não faz ideia enquanto está em sala de aula. Afinal, a gente só conhece o produto final, o livro.
E assim como o livro tem a sua jornada, desde o manuscrito até chegar ao aluno na sala de aula, o professor também pode ter a sua.
Quem sabe agora não é a sua hora?
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