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As Línguas que Aprendi (e as que não aprendi) – Parte 2

Por John Milton*

No último post comecei a falar sobre as línguas que aprendi: que, quando adolescente, tive de modificar meu sotaque de Birmingham, considerado de muito baixo padrão; que, no colégio em Birmingham, comecei a aprender o francês e depois o espanhol; e que, no ano que morei na Espanha comecei a desenvolver meu domínio da língua castelhana. 
Na Espanha tive a ideal introdução ao português: fiquei no apartamento que a minha ex-mulher alugava em Madri junto com mais cinco brasileiras. Escutei muito português, e comecei a desenvolver meu conhecimento da língua, mas aprendi um vocabulário muito feminino: beijoqueiro e fofo/fofinho foram duas das primeiras palavras que aprendi. E cheguei ao Brasil usando essas palavras “femininas”: “Você é muito fofo!” costumava dizer para alguns brasileiros machões que acabei de conhecer…
Cheguei ao Brasil falando o portunhol. Nunca tive aula de português, mas comecei a falar mais ou menos bem, mas sempre escrevi mal, quase nunca sendo obrigado a usar o português em situações formais. Mas o meu espanhol piorava como pouco a pouco dava lugar ao português.
Uns dois anos depois de chegar ao Brasil, tive as minhas primeiras aulas de alemão, e os meu estudo de alemão continuaram intermitentemente, com vários professores, mas agora, regularmente, aula de conversação uma vez por semana. Nunca tive chance de morar na Alemanha para conseguir uma boa fluência. E depois, comecei a estudar o italiano como costumava a ir à Itália para visitar uma amiga. Também tive aulas particulares de italiano. A gramática é neolatina, bastante semelhante ao português. E embora haja muitas diferenças no léxico, é uma língua que tem muitas afinidades com o português e o espanhol. 
No final de 2000 fui à Turquia pela primeira vez. Gostei muito. Ao voltar descobrir que havia um curso na USP, e entrei. É uma língua difícil, com estrutura completamente diferente das línguas que conheço, e quase não há cognatos, então a leitura torna-se muito difícil. Continuo estudando até hoje com Prof. Hadi, jornalista turco radicado no Brasil.
Mas como se pode manter uma fluência em várias línguas? Com muita dificuldade. Poucos de nos temos um emprego no qual temos a possibilidade de utilizar várias línguas todos os dias. Temos de concentrar nosso esforço nas tarefas de nosso emprego que exige uma ou duas línguas, e nos sobre pouco tempo para o resto. Tento ler, viajar, assistir na várias línguas, mas é um esforço enorme. 
Quando fiquei quatro meses em Leuven, na parte flamenga de Bélgica, em 2003, tive aulas de neerlandês, uma língua que fica entre o inglês e o alemão, mas a maioria dos falantes de neerlandês fala inglês muito bem, e é muito difícil praticar o neerlandês. No supermercado tentava falar um pouco de neerlandês com a moça na caixa, mas com a fila crescendo atrás de mim, era mais prático para ela falar inglês comigo.
E nos quatro meses que fiquei no Japão de 2005-6 tive aulas de japonês. Aprendi a falar algumas coisas, mas, como foi o caso com o holandês, não tive chance de praticar depois de voltar ao Brasil.
E comecei a estudar russo por duas vezes, mas não continuei, e me lembro muito pouco.
E o meu programa para minhas próximas vida é de estudar o chinês e o árabe…
Claro, viajando, se tem a possibilidade de praticar as línguas. Estou na Inglaterra no momento, mas cheguei à Europa em Barcelona três semanas atrás, e depois fui ao sul da França com uma noite na Itália. Voltei à Espanha, e depois fui à Islândia com uma parada em Stuttgart, Alemanha. Tive chance de praticar as quatro línguas, mas  Islândia, claro, eu falava o inglês, e todos lá falam inglês muito bem!
 John Milton é professor de Literatura Inglesa e Estudos da Tradução na USP. Ele acaba de lançar Viagem à Turquia, Balcãs e Egito, pela Editora Hedra.
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