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Teacher, você também trabalha ou só dá aula? – Vinicius Diamantino

Que atire a primeira pedra o professor que não ouve essa pergunta pelo menos uma dúzia de vezes por ano!
Claro que na maioria das vezes o autor dessa pergunta infeliz está apenas tirando sarro da sua cara, mas eu já a recebi de algumas pessoas que genuinamente queriam saber a resposta.
Não. Essas pessoas não estão perguntando isso somente por causa do famigerado baixo salário do professor brasileiro.
Essa pergunta vem devido ao senso comum de que lecionar é uma profissão altamente mal paga e que os professores mal conseguem se sustentar com o que recebem.
Essa pergunta também vem devido ao senso comum da maioria da população que deixa os estudos em segundo plano e acham que todos os níveis da educação deveriam ser gratuitos.
Essa pergunta vem ainda devido ao senso comum de que o professor do ano, aquele que ganha os prêmios nacionais e aparece na TV, é aquela figura que pega um ônibus precário na zona rural, caminha 8km, atravessa um rio de canoa, luta com 2 jacarés e 1 onça antes de chegar em uma salinha improvisada em condições altamente precárias de infraestrutura para lecionar. Tudo isso voluntariamente, sem ganhar um centavo, desenvolvendo a responsabilidade social e pelo prazer de ensinar.
Não me leve a mal! Penso que essa figura descrita acima merece todas as congratulações possíveis. Contudo, não tem sempre que ser assim!
A profissão do professor é tão digna quanto qualquer outra e mais, é a base de toda a sociedade em suas várias esferas.
Nós professores precisamos, com urgência, de nos darmos conta do nosso próprio valor na sociedade e passarmos a colher os tantos frutos que plantamos.
Independentemente se no ensino público, instituições privadas ou de forma autônoma, o professor precisa valorizar-se e exigir melhores condições de trabalho e remuneração.
E quando não for possível ter um salário satisfatório onde se trabalha? Aí várias opções entram em jogo:
– Decida se vale a pena você continuar entregando o melhor de você para não receber o melhor possível da instituição em que trabalha;
– Como está seu networking? Conhece as outras instituições próximas a você? Tem currículos espalhados e está sempre de olho em melhores condições de trabalho?
– Como está seu desenvolvimento profissional? Se você fosse o dono da escola em que trabalha, daria um aumento a você mesmo? Quantos cursos relativos à sua área você fez nos últimos 12 meses? Você é membro ativo e participa dos eventos da Braz-Tesol e outras instituições dedicadas a apoiar os professores?
– Como está seu relacionamento interpessoal? Seus colegas e alunos realmente te admiram e gostam de você ou você é “só mais um teacher”?
– Cadê sua veia empreendedora? Você tem ampliado sua rede de relacionamentos e mantém um número expressivo de aulas autônomas?
Neste outubro, mês dos professores, o meu desejo é que você se lembre o quão importante você é, independente do que digam ou do salário que caiu na sua conta mês passado.
Eu poderia citar dezenas de exemplos de professores de idiomas no Brasil, de diversos estados, colegas que eu conheço pessoalmente, que têm uma receita superior a 4 mil reais mensais.
Pouco? Depende do referencial.
O governo público mal paga de 2 a 3 salários mínimos para professores da maioria das esferas e estes precisam trabalhar em 2 ou até 3 empregos para conseguir quitar as contas do mês, sem extravagâncias.
Até quando você vai passar 40 horas semanais dentro da sala de aula e o restante da vida corrigindo tarefas de casa e preparando provas?
Isso tudo, claro, para semana que vem um aluno te perguntar: “Teacher, você também trabalha ou só dá aula?”
prof-heroi

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