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Cultura e EducaçãoEditorial NR

★ Gestão educacional: Como formar um time nota 10?

“Escola!”. Quando se fala em escola o pensamento mais provável de grande parte das pessoas é: giz, lousa, cadernos, professores, alunos, etc. Todavia, existe um extenso e árduo trabalho nos seus bastidores para garantir que: as aulas sejam de qualidade, os alunos estejam satisfeitos, que a secretaria esteja pronta e consiga ajudar na solução de problemas, entre outros. Para que, desse modo, o propósito de mudança na vida das pessoas, principalmente dos seus alunos, aconteça de forma significativa.

Sendo assim, cada vez mais, as instituições de ensino tem se tornado e comportado como empresas, que deixam de receber alunos e passam a receber consumidores, ou seja, nesse cenário passou a ser fundamental investigar problemas de captação e evasão de alunos, e a insatisfação acerca dos serviços consumidores, de modo que, sua experiência seja melhorada dia após dia, e garantindo que um amplo impacto positivo seja predominante.

Por isso, dadas as mudanças apresentadas, os avanços tecnológicos e os desafios diários, as instituições de ensino passam a se adequar a esses movimentos para que haja sustentabilidade e garantia de sobrevivência dos seus serviços. Então, os professores que no passado eram vistos como fonte de conhecimento, passam a assumir o papel de facilitadores, por exemplo, e habilidades de relacionamento com pessoas, como: estabelecimento de confiança, interesse genuíno, empatia, e agilidade na solução de problemas e/ou satisfação de necessidades, também apresentam-se como uma nova postura a ser assumida por nossos profissionais de ensino, frente às demandas do nosso novo perfil de aluno, ou como tem sido chamado, o novo consumidor educacional.

Então compartilho abaixo três grandes segredos para gestão eficaz de pessoas, e que uma vez colocados em prática, certamente vão te ajudar a ter um time nota 10!

1) TREINAMENTO

Certa vez, ouvi que treinamento é igual água, ou seja, precisamos todos os dias. E essa é a mais pura verdade, afinal, pense na seguinte situação: um jogador de tênis, vai ficando cada vez melhor a medida que pratica, dominando cada vez mais recursos, modelos, etc. Com os nossos professores não é diferente, e se você quer realmente garantir que as aulas oferecidas aumentem cada vez mais a satisfação dos seus alunos, é fundamental que a capacitação dos professores aconteça periodicamente.

Entretanto, muitos gestores ainda decidem não investir nessa área por considerar que o custo seja alto, ou até mesmo desnecessário, porém iniciativas como: cursos produzidos in-house, grupos de discussão, workshops sobre como lidar com questões locais, compartilhamento de artigos relacionados à área de ensino/ assunto específico, observação de aula de algum colega mais experiente e até mesmo conversas para trocas de boas práticas, são apenas algumas das ferramentas com baixo, ou em alguns casos nenhum, custo, e que podem funcionar como ponto inicial para extrair o que há de melhor nas pessoas, além de garantir um ambiente de constante aprendizado.

Ainda, quando os profissionais da sua instituição de ensino sentir que estão devidamente capacitados, alguns dos riscos, como: medo/ insegurança e expectativa de “único tiro de sucesso”, sairão de cena, e então você começa a alcançar resultados extraordinários, pois você conseguirá compreender que o desenvolvimento de qualquer organização é um processo educacional de acumulação de conhecimento.

2) FEEDBACK

O feedback do dia a dia contribui para elevação na linha, ou seja, ajuda o gestor a acompanhar a evolução do seu time e provocar mudança, por isso tem sido considerado como algo básico e que deve ser feito inclusive como forma de respeito a cada funcionário, seja membro do staff administrativo ou corpo docente, afinal, você, gestor, se não recebesse nenhum feedback do seu trabalho durante uma semana ou até mesmo mais tempo, qual seria o seu nível de satisfação e vontade ao desempenhar suas funções? Você se sentiria motivado? Tomaria iniciativa no seu trabalho?

Então, momentos de feedback tem um único objetivo que é de reflexão e aprendizado, e para ajudar nessa compreensão, apresento abaixo uma figura que ilustra quatro tipos de feedback: positivo, que reforça um comportamento que desejamos que se repita; corretivo, com o objetivo de modificar um comportamento; insignificante, trata-se de um feedback tão vago ou genérico que a pessoa que recebe não tem certeza de seu propósito; e ofensivo, que apenas gera desprezo e afasta pessoas. Bem como, um passo a passo de como promover feedback que gere mudança de comportamento, sempre que preciso for.

PASSOS PARA UM MOMENTO DE FEEDBACK EFICAZ

• Descreva um comportamento específico (exemplo: professor constantemente atrasado para aulas)
• Descreva as consequências do comportamento (exemplo: alunos se sentem desrespeitados; conteúdo não é apresentado no tempo correto)
• Descreva como você se sente em relação ao comportamento (exemplo: preocupação de que o aprendizado e a relação do professor com os alunos seja impactada negativamente)
• Encoraje mudança (exemplo: O que posso fazer para te ajudar a melhorar essa situação?)

Enfim, basicamente o tipo de feedback que escolhemos e a forma que é conduzido, determinam a resposta que teremos.

3) COACHING

Todo dia encontramos muitas pessoas que se apresentam como coach e oferecem soluções surpreendentes, seja como coach e oferecem soluções surpreendentes, seja por moda ou por ser um mercado atraente, entretanto, precisa ficar claro que coach é uma técnica para ajudar a resolver uma questão, ou seja, o papel do coach é o de ajudar um profissional a aprofundar-se em uma questão ou até mesmo resolver problemas, para isso pega-se um tema, explora possibilidades e desdobramentos, e depois de algumas sessões é possível traçar um plano de ação. Dessa forma, trabalha-se o futuro e o desenvolvimento de habilidades, aumentando assim o nível de resultados positivos.

Então, por mais que você não tenha formação especifica para ser coach, os profissionais a serem desenvolvidos, dentro do seu contexto educacional, certamente estão muito mais ao seu alcance – na responsabilidade de gestão de pessoas, de garantir eficácia (fazer as coisas certas, de maneira certa), principalmente usando sua experiência do segmento de ensino e conhecimento de cada um, para gerar tais mudanças e aumento de resultados.

Para isso, inicie o processo escolhendo um ou dois profissionais que deseja fazer esse investimento, consulte-o(s) sobre a ideia, determine uma área a ser trabalhada (exemplo: reclamações de alunos; evasão de alunos), e estabeleça um número de encontros para trabalhar na área proposta e desenvolver e implementar plano de ação, seguido de medição de resultados atingidos. Por fim, certifique-se de que durante todo o processo haja: foco, disciplina, e organização, onde:

• foco: sabe-se o que deve ser feito/ ordem que deve ser feito;
• disciplina: fazer o que se comprometeu a fazer;
• organização: ação organizada, ou seja, fazer na ordem certa, garantindo eficácia pessoal.

Em resumo, vivemos rodeados de estímulos, e chama a nossa atenção o que sai do padrão, portanto, se você quer garantir que o seu time educacional esteja trilhando um caminho de sucesso, lembre-se sempre de cuidar das pessoas para que elas deem o melhor de si, e compreenda que todas as ideias apresentadas nesse texto são um processo, demandam tempo, e não devem ser encaradas como estratégias emergenciais, afinal, seriam muito mais difíceis de implementar, uma vez que você teria que encaixá-las em sua estratégia original. Pense nisso!

Referências

WILLIAMS, Richard (2005) Preciso saber se estou indo bem. Sextante

PINE, Joseph B. & GILMORE, James H. (1998) Welcome to the Experience Economy. Harvard Business Review

FALCONI, Vicente (2009) O verdadeiro poder. Editora Falconi

O Autor
Alan Couto é administrador de empresas com MBA Executivo pelo Insper. Trabalha com serviços educacionais, no segmento de idiomas, há mais de dez anos e atualmente é gerente na Cultura Inglesa – SP.

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